quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O primeiro amor a gente nunca esquece..


Sabe aquele menino por quem seu coração bateu mais rápido pela primeira vez, que fez sua respiração falhar e uma borboleta no seu estômago se alvorotar? Não importa se foi na primeira série ou se com ele rolou o primeiro beijo, você deve lembrar quantos anos tinha, com que amiga confidenciava e as músicas que escutava.
Dependendo das voltas que sua vida deu e das decisões que tomou, hoje ele pode ser seu namorado, noivo e até marido, ou não. Talvez você nem tenha mais notícia, cruze por ele algum dia ou sonhe uma vez por ano e acorde com taquicardia. O fato é que ele faz parte da sua história, deixou e levou algo seu. Lembranças, principalmente.

Mas o que desejo aqui é fazer um paralelo -talvez meio idiota, mas me fez pensar- entre o nosso primeiro amor com um garoto e o nosso primeiro amor com Deus. Se você se converteu há pouco tempo ou foi apresentada a Ele ainda na meninice, não importa, deve ter guardado na memória o quanto se sentiu especial nas primeiras vezes que sentiu sua presença e de quando teve certeza de uma mão poderosa lhe sustentando em situações difíceis.

É realmente muito dolorido se distanciar de quem amamos, por mais decepcionados que estejamos. De uma hora para a outra as coisas perdem o sentido e a graça, você sente que não vai conseguir continuar sem aquela pessoa ao lado, mas com o passar do tempo a rotina mostra que isso é possível e aquele ‘buraco’ se acomoda no coração. Mas agora chego à seguinte questão: por que com Deus não é assim? Lamentamos tanto diante de uma desilusão amorosa, mas quando é com Ele, vamos perdendo contato aos pouquinhos e quando damos conta estamos a um oceano de distância do Pai. Por que é tão fácil se deixar levar e se afastar de quem mais nos ama e compreende, quem ajuda e se alegra com a nossa felicidade? Parece que basta um tropeço, uma vacilada e.. pronto! Muito tempo construindo uma relação de intimidade, fidelidade, perdas e vitórias se esvai ralo abaixo, dando lugar a um mix de orgulho e autossuficiência.

Aquela ânsia por experiências, característica desse chamado ‘primeiro amor’ passa, você começa a pensar que pode andar com as próprias pernas e o que resta são lembranças de bons momentos. E agora, no entanto, sua vida vai ‘muito bem, obrigada’, sem aquela segurança que só Ele te dava, mas você se vira sem isso, não é? Claro que sim. Para seus colegas de aula e de trabalho, para sua família e amigos, que enxergam o amarelo do seu sorriso, mas não o escuro do seu coração.

Não sei em que situação você se encontra, se amando ou sofrendo por um amor que já passou, se vivendo novas experiências e buscando cada vez mais intimidade com Ele ou penando por protelar uma conversa franca com quem certamente vai te escutar. Sei que quando a questão é com meninos, passa. Pode demorar, doer, mas passa. Quando é com Deus, a coisa pode parecer superficial, mas uma vez tratada como tal, pode render uma vida de frieza e arrependimento, custando algo muito maior que qualquer erro cometido ou decepção provocada: a sua eternidade. Não espere. Seja na vida sentimental ou espiritual, não deixe para resolver amanhã o que pode ser um peso a menos hoje. Até porque, bem sabemos, história de amor mal resolvida é uma marca para nunca ser esquecida.

De quem se lembra muito bem dos seus primeiros e saudosos amores,

Sâmela Lauz =]

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